quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Os Lusíadas - Título

Creio não poder haver duvidas de que o nome de Lusíadas  o foi Camões encontrar em andré de Resende, em cujo Vicentius et Martyr, publicado em 1545, e ainda no Erasmi Encomion e numa epístola, provavelmente de 1561, dirigida ao poeta Pedro Sanches, o humanista usa desta palavra – e como de sua invenção reinvidica, indicando o processo: “A Luso unde Lusitania dicta est, Lusiadas adpellavimus Lusitanos et a Lysa Lysiadas, sicut a Aanea Aeneadas dixit Virgilius. (…)”. Assim, passemos a questões de mais vivo interesse, até porque menos tratadas. Na verdade, o que mais importa não é a origem da palavra – nem a sua utilização por Camões. O que importa não é o achado linguístico e o nome do humanista a quem ele pertence, mas o achado literário do poeta de quem nos ocupamos.

E consiste em dar ao seu poema, não o nome através do qual entrevíssemos acções de um herói, como Aeneada, Franciade, Orlando Inamorato, Orlando Furioso e outros; não um nome que suscitasse a limitada evocação de uma acção militar , posto que grande – Ilyada, Pharsalia, Punica, Thebaida, Gerusalemme Liberata, ou de uma grande viagem, como Odyssea, Argonautica, senão em lhe dar nome que logo nos anuncia a história de todo um povo – “Os Lusíadas”.

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