quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Álvaro de Campos

Sendo o heterónimo pessoano que o poeta mais publicou, Álvaro de Campos é também aquele que percorre uma nítida curva evolutiva, passando por três fases:

Fase Decadentista – é a fase do “Opiário”

·         Traduz-se por sentimentos de tédio, náusea, cansaço, abatimento e necessidade de novas sensações;

·         Evidência falta de sentido para a vida e desejo de fuga à monotonia. Procura refúgio no ópio. Estilo lento e arrastado.

Fase Futurista/ Sensacionista – é a fase da “Ode Triunfal”

·         Exaltação da civilização moderna e do progresso;

·         Faceta provocatória e subversiva/ruptura com o passado;

·         Celebração do triunfo da máquina, da energia mecânica;

·         Apresentação de maquinismo em fúria e da força da máquina em oposição à beleza tradicional;

·         Evidência o ideal futurista de Campos;

·         Regista-se na intelectualização de sensações;

·         Procura o excesso de sensações até à violência;

·         Quer sentir a violência e a força de todas as sensações;

·         Influenciado por Whitman e por Marinetti.

Fase Intimista

·         Instala-se o tédio, a náusea e a angústia existencial;

·         Instala-se o desencontro com os outros e o abatimento;

·         Céptico, o poeta sente-se rodeado pelo sono e pelo cansaço, revelando desilusão e revolta;

·         Estamos perante um Campos decaído, melancólico e devaneador que se sente vazio  e incompreendido;

·         Revela vício de pensar, recusa tudo e manifesta perda de identidade;

·         Apela ao direito de solidão;

·         Aponta a infância como simbolo da felicidade perdida;

·         Assemelha-se ao Fernando Pessoa Ortónimo.


Estilo:
- Verso livre, estilo esfuziante, vertiginoso e torrencial;
- Exclamações, interjeições, apóstrofes, enumerações, onomatopeias... 
. Estas características encontram-se sobretudo na 2ª fase ( Fase Futurista/ Sensacionista).






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