terça-feira, 5 de junho de 2012

Funcionamento da Língua

Conjunções e locuções conjuntivas coordenativas

Conjunções coordenativas
 Locuções coordenativas
Copulativa
e, nem
não só..., mas também
não só..., como também
adversativa
mas
Não obstante..., apesar disso..., ainda assim..., no entanto....
disjuntivas
ou
Ou...ou; quer...,quer, seja..., seja; ora..., ora
conclusivas
portanto ,logo, assim
Por isso..., por consequência..., por isso...
 explicativas
pois, porquanto







Coordenadas

sindéticas
Orações  coordenadas
Coordenada copulativa
( transmite um valor de adição)
A professora começou a aula e entregou os trabalhos de casa corrigidos
 Coordenada disjuntiva                ( transmite um valor de alternativa
A directora da escola está na sala ou foi a uma reunião
 Coordenada adversativa
( transmite uma ideia de contraste)
A Maria está doentemasnão faltou ao teste
Coordenada conclusiva
(transmite uma ideia de conclusão)
Estudaste muito, portantotiveste um excelente resultado
Coordenada explicativa
( apresenta uma explicação ou justificação)
Abre a janela, pois está abafada

Coordenadas assindéticas ( não são introduzidas por uma conjunção).
 Fui para a escola, dirigi-me à sala entrei pontualmente na aula





































Os  conectores 

  
Como vimos, a coesão interfrásica é assegurada por conectores
( preposições advérbios, conjunções e locuções conjuntivas)
que servem para ligar as frases os períodos e os parágrafos do texto
 estabelecendo a coesão da superfície textual.

Adição
E, pois , além disso, e ainda, não só...mas também, por um lado, incluindo, de novo, assim como, bem como, também igualmente...
Alternativa
Ou...ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja, em alternativa, alternativamente
Causa
Porque, visto que, dado que, uma vez que, pois, pois que, por causa de, já que, porquanto, posto que, em virtude de, devido a, como(=porque)
Certeza
É evidente que , é certo que, é seguro que, certamente, decerto, com toda a certeza, naturalmente, sem dúvida que, obviamente, é obvio que...
Chamadas de atenção
Nota-se que, atente-se queque, repare-se, veja-se, constate-se, observe-se...
Comparação
Como, tal como, assim como, tão como, conforme, também, tanto... quanto, pela mesma razão, de modo análogo, do mesmo modo, de forma idêntica, igualmente, pelo mesmo motivo...
Concessão
Embora, apesar de, mesmo que, por mais que, se bem que, ainda assim, ainda que, mesmo assim, mesmo se, não obstante...
Conclusão/síntese
Em resumo, em suma, para terminar, para concluir, finalmente, portanto, logo, enfim, em conclusão, concluindo, por consequência, por outras palavras, por conseguinte, assim, em síntese, consequentemente...
Confirmação
Efetivamente, com efeito, na realidade, na verdade, a verdade, como vimos, de facto, por isso também...
Consequência
 De modo que, tanto ... que, de tal forma que, de tal modo que, por tudo isto, e por isso, tão...que, tal...que, é por isso que, daí que, de sorte que...
Dúvida
 Talvez, provavelmente, é provável que, possivelmente, é possível, porventura
Exemplificação
 Por exemplo, como se pode ver, é o caso de, é o que se passa com, tome se como exemplo...
Explicitação/particularização
Quer isto dizer, não se pense que, com isto (não) pretendemos, explicitando melhor, por outras palavras, em particular, especificamente, ou seja, nomeadamente, ou melhor, por outras palavras, em particular, especificamente, ou seja, nomeadamente, ou melhor, mais precisamente, isto é...
Fim
Para, para que ,com o intuito de, a fim de, com o objetivo de, com o propósito de, com o fim de, a fim de que, de forma ...
Hipótese/condição
Se, caso, a menos que, salvo se, exceto se, a não ser que, desde que, supondo que, admitindo que, se por acaso, se por hipótese, contanto que...
Espaço
Ali, aqui, acolá, acima, abaixo, atrás, ao lado, à frente, à direita, à esquerda, ao centro, diante, em cima, em baixo, no meio, detrás de, sob, sobre próximo de, naquele lugar...
Tempo
Quando, enquanto, depois de , após, antes, em seguida, seguidamente, até que, então, por fim, anteriormente, durante, ao mesmo tempo, entretanto, no fim de, por fim, finalmente, logo que, simultaneamente, sempre que...
Opinião
Parece-me que, segundo a minha opinião, na minha perspetiva, estou em crer que, em nosso entender, creio que, penso que, no meu ponto de vista, julgo que...
Oposição/contraste
Mas, porém, todavia, contudo, no entanto, doutro modo, ao contrário, pelo contrário, contrariamente, por outro lado, apesar de...
Ordem
Desde início, em primeiro lugar, primeiramente, em segundo lugar, seguidamente, em seguida, começando por, antes de mais, por último, por fim...






















































  
























































Formação de Palavras  









Por afixação
Derivação
Prefixação
Ex.: infeliz
(prefixo in + radical feliz)
Sufixação
Ex.: felizmente 
(radical feliz+sufixo mente)

Prefixação e sufixação
Ex.: infelizmente ( prefixo in + radical + sufixo mente




Parassíntese




Ex.: adormecer
( prefixo a + radical + sufixo) Nota: a Parassíntese difere da derivação por prefixação e sufixação, porque a formação de palavras exige a associação simultânea do prefixo e do sufixo























Não- afixal
Processo de formação de palavras que gera nomes deverbais, acrescentando marcas de flexão nominal a um radical verbal.
Ex.: troc->troca; troco (nomes derivados do verbo trocar)
Abraç->abraço (nome derivado do verbo abraçar)







Morfológica
Composição
Processo de formação que associa um radical a outro(s) radical(is) ou a uma ou mais palavras. De um modo geral, entre os radicais ou o radical e a palavra associada ocorre uma vogal de ligação
Ex.: (agr) + i+(cultura)=(agricultura); (luso) + (descendente)=(lusodescendente)

Morfossintática
Processo de composição que associa duas ou mais palavras


Relações de parte-todo  -  Holonímia / Meronímia

          A
 holonímia é uma relação de hierarquia semântica entre palavras, em que o significado de uma (o holónimo) refere um todo do qual a outra (o merónimo) é parte constituinte.

          A
 meronímia é uma relação de hierarquia semântica entre palavras, em que o significado de uma  (o merónimo) remete para uma parte constituinte da outra (o holónimo).

Exemplos:

    
 . planta (holónimo)
 raiz, caule, tronco, folhas, ramos, flores (merónimos);
    
 
    
 . casa (holónimo)
 quarto, sala, cozinha, despensa (merónimos).
Campo lexical: Conjunto de palavras que associadas entre si remetem para um domínio da realidade, ou apresentam uma determinada noção.

Terra: solo, chão, montanha, planície...

Fogo: calor brasa, sol...

Praia: Guarda-sol, toalha, areia, conchas...


Campo semântico:
Conjunto de significados que uma palavra pode ter nos diferentes contextos em que se encontra.

Ex.: Campo semântico de “peça”: “peça de automóvel”, “peça de teatro”, “peça de bronze”

PROCESSOS IRREGULARES DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS

Acrónimo
Palavra formada através da junção de letras ou sílabas iniciais de um grupo de palavras, que se pronuncia como uma palavra só, respeitando, na generalidade, a estrutura silábica da língua.

Fundo de Apoio às Organizações Juvenis -> FAOJ
Liga dos Amigos da Terceira Idade -> LATI
Federação Nacional de Professores -> FENPROF

Sigla
Palavra formada através da redução de um grupo de palavras às suas iniciais, as quais são pronunciadas de acordo com a designação de cada letra.

Partido Comunista Português -> PCP;
Partido Social Democrata -> PSD;

Truncação
1. Processo irregular de formação de
 palavras que consiste na criação de uma palavra a partir do apagamento de parte da palavra de que deriva.
2. Palavra resultante do processo de truncação.

negativa -> nega
metropolitano -> metro
 José -> Zé
hipermercado -> hiper

Empréstimo
Processo de transferência de uma palavra de uma língua para outra.

lingerie (palavra importada da língua francesa).
cool (palavra importada da língua inglesa).

Amálgama

1. Processo irregular de formação de
 
palavras que consiste na criação de uma palavra a partir da junção de partes de duas ou mais palavras.
2. Palavra resultante do processo de amálgama.

informática -> informação + automática;
cibernauta -> cibernética + astronauta.

Extensão semântica
Processo através do qual uma
 
palavra existente adquire um novo significado.

As palavras "salvar", "portal" e "janela" adquiriram significados novos, no uso em informática, por extensão semântica.

Onomatopeia
Palavra criada por imitação de um som natural.

trriiim !! -> despertador; toc-toc -> bater na porta; miaauuu !! -> gato; ufa ! ->
 interjeição.
As onomatopeias diferem de língua para língua, conforme a perceção dos sons e suas respetivas transposições para o sistema fonológico das diversas línguas.


Deixis

Os elementos fundamentais do discurso oral são os interlocutores, o tempo da enunciação e o espaço, que, no discurso, são atualizados pela Deixis. Os deíticos são elementos gramaticais que remetem verbalmente para referentes específicos do ato enunciativo ou seja, são palavras que “apontam” diretamente para o contexto situacional em que as frases estão a ser produzidas, o que permite uma “mostração” de pessoas, espaço e tempo.

Existe 3 tipos de deíticos:

Deíticos pessoais

Pronomes pessoais/possessivos
Morfemas verbais: 1ª pessoa (eu estudo; nós estudamos) 2ª pessoa ( tu estudas; vós estudais; você estuda; vocês estudam)

Deíticos temporais

Advérbios e expressões que indicam tempo: neste tempo, agora, hoje, amanhã...


Deíticos espaciais

Pronomes e determinantes demonstrativos: isto, este, isso, esse, aquilo, aquele...

Advérbios de lugar: aqui, aí ali, acolá.

Verbos em movimento que indicam aproximação ou afastamento do espaço do locutor; trago, venho, levo




Verbo

Modos Verbais
Há formas verbais finitas e não finitas.
Não finitas:
.  Infinitivas
.  Participais
.  Gerúndios
Verbos defectivos – não se encontram em todas as formas verbais; são de conjugação incompleta (banis, demolir, florir, florescer).
Verbos impessoais – encontram-se apenas no infinitivo e na 3ª pessoa do singular (chover, trovejar, etc).
Verbos unipessoais – encontram-se apenas na 3ª pessoa do singular e do plural. (miar, ganir…).
Verbos principais – (podem ser intransitivos; Transitivos – direto, indireto, direto e indireto, Transitivo – predicativo).
Verbos auxiliares – auxiliam os verbos principais
Verbos copuladores – ser, estar, parecer, ficar, continuar, permanecer, pedem o predicativo do sujeito.
Indicativo  – Exprime factos, certezas, e verdades intemporais
Subjuntivo - Exprime uma dúvida, uma possibilidade ou um desejo.
Imperativo - Exprime uma ordem, um pedido ou um conselho.
Conjuntivo – Exprime eventualidade, hipótese, possibilidades, duvida, ordem (com sentido de imperativo), vontade, desejo.
Condicional – Exprime possibilidade perante uma condição.

Tempos verbais

Presente- A ação decorre no momento da enunciação

Pretérito perfeito- A ação decorre num momento anterior à enunciação, tendo sido concluída

Pretérito Imperfeito- A ação decorre num momento anterior à enunciação, não sendo determinado momento da sua conclusão

Pretérito mais-que-perfeito- A ação decorre num momento anterior à enunciação, tendo como ponto de referência um momento passado.

Futuro- A ação decorre num momento posterior ao ato de enunciação

Aspeto lexical

 aspeto lexical permite distinguir situações estativas, eventos não durativos e eventos durativos


Aspeto lexical
Situações estativas: a situação não é dinâmica e não contém a noção de fim
A Rita está doente.
Eventos durativos: o evento tem duração
O João comeu um bife.
Eventos não durativos :o evento é momentâneo.
A Joana espirrou



Aspeto gramatical

 O aspeto gramatical varia em função do valor temporal e das combinações com verbos auxiliares, estruturas de quantificação e modificadores

                                                                                                                                       
Aspecto gramatical
Aspeto culminado ou perfetivo: estados ou processo concluídos
Já li o livro.
Aspeto não culminado ou impertivo: estados ou processos não concluídos.
Estou a ler o livro.
Aspeto habitual: processo que traduz um hábito
 Quando era nova, a Maria lia muito livros.
Aspeto genérico: estados que se reportam a situações genéricas e verdadeiras em qualquer situação de enunciação
As crianças que se deitam cedo lêem mais
Aspeto iterativo: evento que se repete regularmente
A Mariana tem tossido nos últimos dias.








Modalidade
A modalidade exprime a atitude do locutor face a um enunciado ou aos participantes do discurso

Modalidade
Modalidade apreciativa: valor de apreciação sobre o conteúdo de um enunciado.
Felizmente, está um dia de sol.
Lamento que tenhas reprovado.
Modalidade epistémica: valor de probabilidade ou certeza.
Talvez esteja a chover.
Duvido que chova.
Modalidade deôntica: valor de permissão ou obrigação. A modalidade pode expressar-se através de verbos auxiliares como “dever” ou “ poder” .
Tens de estudar mais!
Podes sair da sala.


Interjeições Interjetivas
As interjeições são palavras geralmente invariáveis que servem para expressar sentimentos e emoções de uma forma espontânea.
O valor das interjeições depende do contexto e da entoação. Geralmente, são acompanhadas de ponto de exclamação, na escrita, e de mímica e gestos, na oralidade.






RECURSOS EXPRESSIVOS
FIGURAS RETÓRICAS E TROPOS

As figuras são dispositivos retóricos que geram, para além do sentido literal, enunciados novos que funcionam como meio de expressividade estilística e intensificação semântica. Há figuras que dizem respeito, sobretudo, à dicção: a aliteração, por exemplo; há outras que são, essencialmente, de natureza sintática, nomeadamente a anáfora, a enumeração, o hipérbato, etc. Por outro lado, existem figuras de pensamento, que dizem respeito à semântica de um texto e que se correlacionam, principalmente, com a invenção e a criatividade. Os tropos são figuras de significação que se distinguem das figuras retóricas de dicção, de sintaxe e de pensamento, porque são mecanismos textuais que iluminam de modo novo o real, ao transporem os significados das palavras e ao instituírem relações inéditas e invulgares entre as coisas e os seres. Os tropos mais importantes são a metáfora, a metonímia e a sinédoque.
Aliteração - Repetição da mesma consoante em palavras próximas, tanto no verso como na prosa. A aliteração contribui para a musicalidade e para o ritmo do discurso, conferindo harmonia imitativa.
Ex: “Se eu transformasse os simples vegetais, / À luz do Sol, o intenso colorista” (Cesário Verde)
Anáfora - Consiste na repetição da mesma ou das mesmas palavras ou de expressões análogas no início de frases sucessivas ou de membros de uma frase, como processo de sublinhar e intensificar a expressão de um sentimento ou de uma ideia. Ex: “Porque os outros se mascaram mas tu não / Porque os outros usam a virtude / Para comprar o que não tem perdão.” (Sophia de Mello Breyner Andresen)
Antítese - Exprime uma oposição de natureza lógico-semântica com base lexical ou sintática. Ex. “O tempo o claro dia torna escuro, / e o mais ledo prazer em choro triste; / o tempo a tempestade em grã bonança” (Camões).
Apóstrofe - Figura que consiste em o autor se dirigir exclamativamente a um destinatário antropomórfico ou inanimado, vivo ou morto, presente ou ausente, real ou fictício. Ex: “Começando pois pelos vossos louvores, irmãos peixes, bem vos pudera eu dizer, que entre todas as criaturas viventes, e sensitivas, vós fostes as primeiras que Deus criou” (Pe. António Vieira).
Comparação - Estabelece explicitamente uma relação de analogia entre dois termos, através de uma partícula comparativa. Ex: “O Polvo, com aquele seu capelo na cabeça, parece um Monge, com aqueles seus raios estendidos, parece uma Estrela” (Pe. António Vieira).
Enumeração - Consiste na nomeação acumulativa das partes de um todo e de elementos que mantêm entre si uma correlação lógica. Ex: “Há colos, ombros, bocas, um semblante / Nas posições de certos frutos.” (Cesário Verde)
Eufemismo - Consiste em suavizar o significado de palavras cruéis, grosseiras ou desagradáveis. Ex: “Tirar Inês ao mundo determina” (Camões)
Gradação - Consiste numa sucessão de palavras ou de grupos de palavras que, pela sua expressividade, amplificam ou diminuem o significado da mensagem. Ex: “É a guerra aquele monstro que se sustenta das fazendas, do sangue, das vidas, e quanto mais come e consome, tanto menos se farta. É a guerra aquela tempestade terrestre, que leva os campos, as casas, as vilas, os castelos, as cidades, e talvez em um momento sorve os reinos e monarquias inteiras.” (Padre António Vieira)
Hipálage - Consiste em associar a um nome de objeto ou de coisa um epíteto que convém a pessoas, deslocando-se uma palavra para a associar a outra palavra. Ex: “Steinbroken começara a vir ao Ramalhete; (…) caído no fundo de uma poltrona (…) cofiava silenciosamente os seus longos bigodes tristes.” (Eça de Queirós)
Hipérbato - Consiste na alteração da ordem normal das palavras na frase, pela separação do nome e do adjetivo, pela colocação do sujeito ou do verbo no fim da frase, pelo deslocamento dos pronomes, etc. Ex: “Já no largo Oceano navegavam, / As inquietas ondas apartando” (Camões)
Hipérbole - Consiste no aumento ou na atribuição de dimensões exageradas a um enunciado, geralmente com finalidades satíricas. Ex: “E julgareis qual é mais excelente, / se ser do mundo rei, se de tal gente.” (Camões)
Ironia - Figura de pensamento que consiste na produção de um enunciado ou de um texto com um significado que diverge do significado literal das palavras, sendo necessária a cumplicidade, cooperação e sagacidade do interlocutor ou do leitor na sua interpretação. Ex: “Se acha que a vida não é boa / utilize gás da Companhia / o combustível de Lisboa.” (Alexandre O’Neil)
Oxímoro - Figura retórica de pensamento que associa duas palavras com significados logicamente opostos ou incompatíveis. Tem afinidades com o paradoxo e com a antítese, mas enquanto a antítese encerra uma oposição lógico-semântica, o oximoro é uma  associação de palavras contrárias à lógica. Ex: “Aquela triste e leda madrugada” (Camões).
Perífrase - Consiste em dizer com várias palavras o que se poderia dizer com uma única palavra. Ex: “E aqueles que por obras valerosas / Se vão da lei da morte libertando” (Camões)
Pleonasmo - Consiste em empregar num enunciado palavras e expressões repetitivas, redundantes e supérfluas (Ex. “Subir para cima.). Todavia, o pleonasmo pode ser intencionalmente expressivo e informativo. Ex: ”Vi claramente visto o lume vivo” (Camões).
Prosopopeia - Figura retórica de pensamento que tem muitas semelhanças com a personificação, mas que desta se diferencia por introduzir num enunciado a falar personagens mortas ou ausentes, seres sobrenaturais e seres inanimados. Ex: “Eu sou aquele oculto e grande Cabo / a quem chamais vós outro Tormentório” (Camões).
Quiasmo - Figura retórica de organização sintática que consiste na colocação cruzada de dois grupos de palavras. Ex.” Como não sois capazes de Glória, nem Graça, não acaba o vosso Sermão em Graça, e Glória” (Padre António Vieira).
TROPOS
Imagem Termo que, na retórica, é equivalente a tropo, abarcando figura como a comparação, a metáfora e a metonímia, que se sucedem num determinado texto ou fragmento textual.
Ex: “Abria em flor o Longe, e o Sul sidério / ‘Splendia sobre as naus da iniciação.” (Fernando Pessoa)
Metáfora - O mais importante tropo consiste na relação de analogia entre dois termos comparados implicitamente. Por isso, a metáfora torna-se                                                                                                                            surpreendente, audaciosa e, por vezes, de inteligibilidade difícil.
Ex: “Amor é um fogo que arde sem se ver” (Camões)
Metonímia - Tropo pelo qual uma palavra ou expressão remete para um referente diverso daquele que designa normalmente, em virtude de uma relação de contiguidade entre ambos (autor/obra, espaço/instituição, causa/efeito).
Ex. No enunciado “Os capacetes azuis já chegaram ao local do conflito”, a expressão sublinhada refere por metonímia os soldados da ONU.
Personificação - Consiste, por meio da metáfora, da metonímia e da sinédoque, em atribuir propriedades humanas a uma coisa, a um ser inanimado ou a um ente abstrato.
Ex: “Alegres campos, verdes arvoredos” (Camões)
Sinédoque - Consiste na transposição do significado de uma palavra para outra, fundando-se na relação entre a parte e o todo ou entre o todo e a parte.
Ex: “Vistes aquela insana fantasia/de tentarem o mar com vela e remo” (Camões).
Sinestesia - Tipo de metáfora que consiste na associação, no mesmo enunciado, de elementos semânticos provenientes de domínios sensoriais ou de esferas de perceções diferentes. Ex: “E o escuro ruído da chuva / é constante no meu pensamento.” (Fernando Pessoa)